rês Lagoas (MS) – Dos R$ 60 milhões orçados no projeto do ramal de 40 quilômetros para fornecimento de gás natural para a Eldorado Brasil, R$ 58 milhões foram usados na construção do gasoduto. A diferença se traduz na eficiência do Governo do Estado na gestão de obras públicas, conforme destacou o governador Reinaldo Azambuja durante a assinatura do contrato de compra e venda de gás e o descerramento da placa inaugural dos dutos, na sede da empresa, em Três Lagoas, na manhã desta segunda-feira (16).
Iniciada em setembro de 2014 e batizada com o nome do ex-prefeito e precursor da industrialização do município, Issan Fares, a obra foi construída pela MS Gás e tem capacidade para fornecimento de até 140 mil metros cúbicos de gás natural boliviano por dia, permitindo a substituição do óleo combustível usado pela indústria até agora como fonte de energia. “Cumprimos com o planejado sem necessidade de buscar aditivos. Pelo contrário, o esforço da engenharia barateou a obra”, afirmou o governador. Também graças ao empenho da engenharia, destacou Azambuja, foi possível manter o cronograma do projeto, que enfrentou várias dificuldades, entre elas a transposição do Rio Sucuriú, que exigiu medidas extras de segurança.
O governador destacou que Mato Grosso do Sul foi o Estado que mais investimentos privados recebeu em 2015 e que, a exemplo da construção dos dutos, confia nas Parcerias Público Privadas (PPPs) como solução para resolução de problemas em diversos setores. E adiantou que o Estado lançará em breve um programa inovador em saneamento, por meio de PPP.
Quinta maior fabricante de celulose de fibra curta do mundo, a Eldorado Brasil terá uma economia média de 30% com a utilização do gás natural, segundo afirmou o presidente da empresa, Jose Carlos Grubisich. Além da economia, a logística garantida pela substituição dos caminhões no transporte do óleo trazido de São Paulo, a sustentabilidade e a geração de empregos foram destacadas como vantagens no uso do combustível limpo.
A construção do ramal gerou 300 empregos diretos e indiretos e abre caminho para que a segunda linha produtiva da fábrica, projeto iniciado ano passado e que tem investimentos previstos de R$ 8 bilhões, também seja abastecida pelo gás. “A Eldorado nasceu com a ambição de ser líder, baseada nos pilares da competitividade, sustentabilidade, inovação e valorização das pessoas”, afirmou Grubisich.
O diretor presidente da MS Gás, Rudel Trindade, falou da empolgação da equipe ao tocar uma obra tão desafiadora, que demandou esforços extras principalmente na travessia da ponte do Riu Sucuriú, onde a segurança exigiu alta tecnologia, com a instalação dos dutos por meio de treliças. “Não são só 40 quilômetros de extensão. São 40 quilômetros de aprendizado e persistência”. E dirigindo-se ao presidente da Eldorado, brincou: “Não nos esqueça na fase dois, queremos vender gás”.
A solenidade de formalização de compra e venda de gás, que pelo contrato assinado hoje será fornecido até 2028, também serviu para oficializar a licença de operação, com a participação dos secretários de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Semade), Jaime Verruck, e de Obras e Infraestrutra (Seinfra), Marcelo Miglioli. O evento teve ainda a participação da prefeita de Três Lagoas, Márcia Moura, e do deputado estadual, Ângelo Guerreiro.
Eldorado
Com um faturamento de R$ 3,8 bilhões no ano passado e capacidade produtiva anual de R$ 1,7 milhão de toneladas de celulose, a Eldorado é uma empresa 100% nacional controlada pelo grupo J&F. Com uma unidade em Três Lagoas, pontua no mercado global de celulose branqueada de eucalipto, uma matéria prima proveniente de florestas certificadas cultivadas no Estado.
Texto: Rosane Amadori
Fotos: Chico Ribeiro