Campo Grande (MS) – Como parte das ações integradas que o Governo do Estado desenvolve nas cidades turísticas de Bonito e Jardim, para garantir a sustentabilidade dos mananciais que banham a região, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) vem monitorando o volume de enxurradas que se deslocam das propriedades rurais e carreiam para os rios e córregos, se movimentando pela borda das estradas.
A agência executa serviço essencial para o controle da qualidade das águas com a construção de bacias de contenção na margem das MS-178 e MS-382, rodovias que cruzam recursos hídricos contemplados por milhares de visitantes do Brasil e do mundo. Ao longo das estradas a maioria das propriedades de pecuária e agricultura, com declive para as vias, não cumpre a legislação com a implantação de curvas de nível para controle do solo.
Em seis meses, após a ocorrência dos primeiros registros de turbidez das águas dos rios da Prata e Formoso, devido ao carreamento de terra gradeada para o seu leito, a Agesul construiu 90 barreiras indispensáveis para impedir a erosão e acidentes ambientais. A maioria das intervenções ocorre na MS-178 (Estrada do Curê), onde propriedades foram multadas por não adotarem medidas de contenção de enxurradas que atingiram o Rio da Prata.
120 barreiras de contenção
O gerente regional da Agesul em Jardim, Edmilson Nogueira Escobar, vistoriou os serviços esta semana e explicou que as barreiras (chamadas “bigodes”) servem para quebrar a velocidade e direcionar as águas pluviais para bacias de contenção. A ausência desse sistema de controle na maioria das estradas vicinais agravou o comprometimento dos rios. Na MS-382, o serviço executado protege o Córrego Seco, que deságua no Rio Formoso.
Na MS-178, cuja pavimentação asfáltica foi implantada pelo Governo do Estado, a Agesul abriu cerca de 80 bacias de contenção com até três metros de profundidade, nas laterais da rodovia, numa extensão de 15 km ao longo da faixa de domínio. A estrada liga Bonito a Jardim e Porto Murtinho, no entroncamento com a BR-267, região de grande produção pecuária e de soja, em expansão, e empreendimentos turísticos. Na MS-382, foram construídas 40 bacias.
Uma via vicinal de acesso à região do São Geraldo se interliga à MS-178, no km 8, e se constitui também em um corredor de lama e intenso tráfego de caminhões com soja e calcário, exigindo intervenção da Agesul para conter o sedimento. “Estamos constatando que os proprietários estão fazendo a sua parte, abrindo curvas de nível nas lavouras de soja, mas as áreas de pecuária também precisam controlar o solo”, apontou o gerente da agência.
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Texto: Sílvio de Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom).
Fotos: Saul Schramm.